A Near Foundation está desenvolvendo um 'gêmeo digital' de inteligência artificial para votações de governança. A implementação dos delegados de IA será feita em etapas, começando por modelos iniciais semelhantes a chatbots, depois representando grandes grupos e, por fim, cada membro do DAO.
A Near Foundation está desenvolvendo "delegados" com inteligência artificial para votar em nome dos membros de sua organização autônoma descentralizada (DAO), com o objetivo de resolver a baixa participação de eleitores que se tornou comum em muitos protocolos.
Lane Rettig, um pesquisador da Near Foundation especializado em inteligência artificial e governança, informou ao Cointelegraph que a reformulação da governança impulsionada por inteligência artificial ainda está em desenvolvimento. A Near Foundation supervisiona o protocolo Near na camada principal.
A ideia é que o delegado do usuário, ou "gêmeo digital", aprenderá suas preferências e agirá de acordo quando chegar a hora de tomar decisões de governança. Isso transformaria o processo de votação em um "problema matemático" que pode acontecer quase instantaneamente.
"Depois você meio que libera essa coisa, e ela age em seu nome e vota em seu nome. Ela te incentiva. Quando surgem propostas que são relevantes para você," ele disse durante uma entrevista na conferência Token2049 em Cingapura.
"Em resumo, nossa visão final para isso é substituir todos os atores humanos por um 'gêmeo digital', por assim dizer, para resolver o problema da apatia dos eleitores e da baixa participação."
Estima-se que as taxas médias de participação em DAOs estejam entre 15% e 25%, o que pode levar a problemas como a centralização do poder, tomada de decisões ineficaz e, em cenários extremos, ataques à governança, nos quais um ator mal-intencionado adquire tokens suficientes para aprovar uma proposta prejudicial sem que outros membros percebam.
A contribuição humana ainda faz parte do processo. Rettig mencionou que provavelmente ainda haverá um elemento humano envolvido no processo.
Ele afirmou que acredita firmemente que sempre deve haver um ser humano envolvido no processo, pois há categorias de propostas que são muito críticas para serem deixadas apenas para a inteligência artificial, como aquelas relacionadas com alocação de fundos ou mudanças estratégicas.
"Acredito que há certas situações em que é necessário que a pessoa tome a decisão final e aja", afirmou ele.
Atualmente, agentes de inteligência artificial estão amplamente presentes no universo das criptomoedas e são utilizados para desenvolver aplicações da Web3, lançar tokens e interagir com serviços e protocolos de forma autônoma. Alguns plataformas estão explorando o uso de agentes de IA para negociação, automatizando tarefas e tomando decisões em tempo real.
Participantes treinados com base no comportamento do usuário
Assim como os chatbots de IA generativa são treinados, como o ChatGPT da OpenAI, Rettig explicou que os participantes de IA aprenderiam por meio de interações com usuários, incluindo um processo de entrevista, histórico de votação e mensagens em plataformas sociais como Telegram e Discord.
"Quando você ativa esse agente, ele começa a te conhecer, certo? Ele precisa aprender suas preferências políticas, os projetos que são importantes para você e onde você acha que os recursos devem ser alocados", ele explicou.
A empresa de gestão de investimentos VanEck estima que o número de agentes de inteligência artificial na indústria de criptomoedas ultrapassou 10.000 até o final de 2024 e espera que ultrapasse 1 milhão até 2025. No entanto, existem preocupações de que os agentes de IA possam representar riscos de segurança e
Uma das maneiras como a Near Foundation está tentando garantir que os delegados permaneçam alinhados com os valores dos usuários é por meio de um modelo de treinamento verificável, que fornece uma prova criptográfica de seus ciclos de treinamento e entradas, de acordo com Rett
A implementação da inteligência artificial na Near está acontecendo de forma gradual. O principal DAO da Near, o Near Digital Collective, já colocou em prática uma ferramenta de IA chamada Pulse, que monitora o sentimento da comunidade, resume fóruns do Discord e destaca conteúdos importantes, conforme mencionado por
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Ele mencionou que, com seus representantes, estão começando com as tarefas mais simples e fáceis de serem realizadas. Os primeiros modelos são muito semelhantes a chatbots, com pouca autonomia, que oferecem orientações sobre propostas, fornecem informações úteis e contexto, além de preencher modelos básicos para os usuários se sentirem mais informados.
A implementação gradual vai acontecer em etapas, começando com representantes de inteligência artificial que vão representar grandes grupos com preferências de voto semelhantes, e depois caminhando para ter um representante individual para cada pessoa, e possivelmente até
"Quando a governança se torna um problema matemático, você apenas o resume. Cada vez que uma votação ocorre, isso pode acontecer quase instantaneamente porque todos os agentes estão presentes e sabem como cada um votará antecipadamente, então pronto, está resolvido."
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